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Veja golpes mais comuns contra servidores e como se proteger deles

Foto: Andé Mello / 14.11.2021

Do vírus à ligação: criminosos lançam mão de várias ferramentas para aplicarem golpes em agentes públicos

por Gustavo Silva

No mundo cada vez mais digital em que vivemos, os servidores públicos enfrentam uma crescente ameaça: os golpes online. Essas fraudes podem variar desde esquemas de engenharia social, onde e-mails falsos solicitam informações pessoais, até ataques de vírus que bloqueiam o acesso aos arquivos do computador. Além disso, há também as fraudes de suporte técnico, onde os golpistas se passam por técnicos de empresas de tecnologia para obter acesso remoto aos sistemas dos servidores.

A falta de conhecimento sobre esses golpes e a boa fé dos servidores muitas vezes os tornam alvos fáceis. E é por isso que o EXTRA consultou especialistas para tratar da conscientização e da educação sobre segurança contra tentativas criminosas. Os estatutários devem aprender a reconhecer os sinais de um possível golpe, como solicitações de informações pessoais em e-mails não solicitados ou ofertas de investimento que parecem ser boas demais para ser verdade. Outro golpe comum é a “compra de precatórios”, em que bandidos tentam se aproveitar de decisões judiciais favoráveis aos funcionários públicos para obter vantagens financeiras.

Além disso, é importante que os servidores adotem medidas proativas para proteger seus dados. Isso inclui manter os softwares de antivírus atualizado, fazer backups regulares dos arquivos importantes e nunca compartilhar informações confidenciais com fontes não verificadas.

Em caso de suspeita de fraude, os servidores devem relatar o incidente imediatamente às autoridades competentes e buscar orientação junto aos sindicatos, indica Rodrigo Lelis, presidente da Associação de Servidores do Estado do Rio. Essas organizações podem oferecer suporte e encaminhamento para as medidas adequadas a serem tomadas, como o registro de ocorrência policial ou a denúncia aos órgãos de proteção ao consumidor.

– Depois, é preciso ir até o banco comunicar que a movimentação nos valores foi feita por criminosos. Os bancos têm responsabilidade pela utilização indevida do seu nome para fins de práticas criminosas.

Fraude do empréstimo fantasma é muito comum

O advogado Roberto Marinho, especialista em administração pública e diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência, explica que é muito comum a realização de empréstimos fantasmas no nome dos servidores, que só descobrem quando o valor já passou a ser debitado no contracheque.

– Tem muito bandido que liga para o servidor e diz que, para ele receber uma quantia que lhe é devida, ele deve fornecer informações pessoais, como senhas, documentos de identificação etc. Então, em posse desses dados, eles correm para bancos e fazem dívidas altíssimas.

Como são estatutários e podem ter descontos direto na folha de pagamento, bancos concedem consignações em valores mais elevados. Pensando nisso, bandidos fazem de tudo para obter informações pessoais dos agentes públicos e, assim, abrir dívidas bancárias.

Aposentados precisam ter atenção redobrada

Normalmente, as pessoas que mais caem nos golpes são os servidores aposentados, afirma Chyntia Pena, advogada especialista em administração pública. O motivo, segundo ela, é que agentes públicos em atividade, por conviverem no dia a dia com outros colegas, ficam mais alertas. Já os aposentados estão mais vulneráveis devido o isolamento. Além disso, como na maioria das vezes a aposentadoria é menor do que o salário de quando estava na ativa, esses estatutários se inclinam a acreditar nas falácias.

– Criminosos ligam, se passando por representantes dos sindicatos, e dizem que o aposentado tem uma quantia a receber do Estado. Então, eles pedem dinheiro para que seja dado ‘prosseguimento’ ao processo.

O aconselhável é que essas pessoas fiquem alertas ao receberem comunicações de empresas que não foram contratadas por elas, como escritórios de advocacia ou mesmo sindicatos dos quais não fazem parte.

Fonte: Coluna Servidor Público –  Jornal Exra