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Conquista sindical: quase 80% dos reajustes salariais em 2023 foram acima da inflação

Quase 80% dos reajustes salariais concedidos no ano passado ficaram acima da inflação, apontam dados divulgados nesta quinta-feira (18) pelo Dieese. Segundo o Departamento, 77% dos reajustes foram acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que fechou 2023 acumulado em 3,71%. Outros 17,3% dos salários foram reajustados de acordo com a inflação e 5,7% ficaram abaixo. Na média, o aumento real dos salários foi de 1,11%

Os dados foram obtidos a partir da análise de 19.531 reajustes. Neste meio, a indústria teve o maior destaque, com 82,2% das negociações do setor resultando em aumento real. Em seguida aparecem serviços (79%) e comércio (56,4%).

O setor que mais apresentou reajustes menores que a inflação foi o de serviços, com 6.7% das negociações fechadas abaixo do INPC. Na indústria, estes casos foram 4,8% e no comércio, 4,9%.

Os reajustes para todos que ganham acima de um salário mínimo são fruto de negociação entre o sindicato dos trabalhadores e o patronal de cada categoria na Convenção Coletiva de Trabalho ou entre sindicato e empresa no Acordo Coletivo.

Veja: Sintracom de Lagoa Vermelha (RS) conquista reajuste salarial de 7% para a categoria

No ano passado, os aumentos reais foram mais frequentes entre os acordos coletivos (78,9%) do que entre as convenções coletivas (72,7%), embora entre os primeiros também se verifique maior regularidade de resultados abaixo do INPC do que nas convenções (6% e 5,1%, respectivamente).

Por região geográfica, os maiores ganhos acima da inflação ficaram no Sudeste (81,2%), seguidos por Centro-Oeste (78,8%), Sul (74,3%), Norte (72,5%) e Nordeste (70,9%).

O valor médio do piso salarial foi de R$ 1.651,57, de acordo com 19.551 pisos analisados pelo Dieese. O maior piso médio foi o do setor de serviços (R$ 1.689,35) e o menor, do setor rural (R$ 1.564,85).

No entanto, a indústria se destaca quando se analisa o piso mediano, índice apontado pelo Dieese como um retrato mais fiel da distribuição dos pisos por não sofrer a influência dos extremos. Neste caso, a indústria registrou o maior valor, com R$ 1.587, enquanto o setor de serviços teve piso mediano de R$ 1.528,96.

 

Fonte: Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB