Desta vez, na série de homenagens da Feserp Minas até a Plenária organizada pela entidade, conhecemos o Projeto Pérolas Negras, referência de resistência e arte 

O projeto Pérola Negra surgiu durante as preparações para a apresentação em comemoração ao dia da Consciência Negra, em novembro de 2012, na Escola Municipal Judith Lintz Guedes Machado, em Leopoldina. Na época, uma apresentação de dança sobre o tema foi solicitado pela supervisão. Para a performance, obrigatoriamente deveriam estar envolvidos os alunos do 1º ao 5º ano, professores e um militante do Movimento Negro da cidade, convidado para apoiar a iniciativa. O grupo se reuniu e escolheu a música “Pérola Negra” de Daniela Mercury, criou-se uma coreografia e partir disso iniciaram os ensaios com as crianças.

Muitos alunos que começaram os ensaios com entusiasmo acabaram sendo desmotivados antes da apresentação, porque seus pais estavam relacionando a dança afro às religiões de influência africana. Atitude que demonstra racismo religioso. Sendo assim, ao perceber a situação, quem estava à frente do projeto observou que algo precisava ser feito para resgatar os alunos e mostrar a importância de ter orgulho dos seus ancestrais, para que a partir daí parte deles pudessem se reconhecer como negros. E assim foi o início do Projeto Pérola Negra.

Diante da adversidade, iniciaram os ensaios e aqueles que resistiram fizeram uma histórica e bela apresentação. A partir dela, foram convidados a participar de alguns eventos na cidade, fora do âmbito escolar, de 2012 até este ano (2023).

A preparação para o ano de 2023 começou em janeiro, em preparação para a participação nos palcos do Teatro Pascoal Carlos Magno, em Juiz de Fora, para participar da 16ª edição do Festival AMADANÇA, no dia 6 de maio. No festival, o grupo conquistou 7 prêmios.

Atualmente o Grupo Pérola Negra é formado por crianças e adolescentes, alunos da Escola Judith Lintz Guedes Machado e de outras escolas Municipais e Estaduais de Leopoldina. A professora Marta Lucia Nunes é a figurinista do Grupo, idealizando e confeccionando todos os figurinos. A professora Marly do Carmo é a coordenadora e responsável pedagógica pelo projeto; fato que a fez ganhar o prêmio Municipal Professor Nota 10, em 2014.

Nesses anos de projeto, o Pérola Negra conquistou alguns troféus:

2016 – 3 troféus no Festival Nacional de Danças Urbanas, organizado pela Cia Profissional de Dança Impacto Urbano de Cordeiro – Rio de Janeiro, sendo dois de 1º Lugar no Estilo Danças Urbanas (Grupo e Solo) e um de 2º Lugar (solo).

2018 – 3 troféus no Festival Amadança Premium Brasil de Juiz de Fora, sendo dois de 3º lugar e um de 2º lugar.

2 trofés no Festival Internacional de Dança de Cabo Frio, 2º e 3º Lugar.

2019 – 2 troféus no Festival AMADANÇA PREMIUM BRASIL de Juiz de Fora, 1º e 3º Lugar.

2022 – premiado no Festival AMADANÇA PREMIUM BRASIL de Juiz de Fora.

2023 – premiado no Festival AMADANÇA PREMIUM BRASIL de Juiz de Fora.

Desde que foi criado na Escola Municipal Judith Lintz Guedes Machado, já passaram pelo Projeto Pérola Negra mais de 700 crianças e adolescentes. Hoje são 75 integrantes dançando vários estilos, sob o comando das coreógrafos Juan Souza, Poliana Rodrigues, Gabriela Matias, Kersylla Lima, Thaynara Oliveira, Wemelly Salles e Kevin Carlos.

Imprensa Feserp Minas