Conhecido como Dia Nacional da Abolição da Escravatura, a data reforça o racismo e evidencia erros da historiografia oficial, por isso não é comemorado pelos movimentos negro e sindical

“Comemorado” anualmente, este dia reforça a narrativa sobre a Lei Áurea, assinada em 1888 pela princesa Isabel, que garantiu uma suposta liberdade aos escravizados. A integração da população negra na sociedade foi impedida pela ausência de medidas que garantissem proteção e o mínimo para sobrevivência digna.

Lideranças dos movimentos negro e sindical buscam corrigir o senso comum em relação ao dia, por isso não compactuam com nenhum tipo de comemoração relacionada à data. Contudo, salientam que é necessário compreender que o 13 de maio também significa a luta de pessoas como José do Patrocínio e Luiz Gama, militantes fundamentais que estiveram no centro da luta abolicionista.

Diante dos fatos, observa-se que a abolição não foi nenhum ato de caridade da princesa Isabel. A abolição foi resultado de um processo de lutas e resistências de pessoas negras e também não negras contra a realidade da escravidão neste país. 

Esse processo de emponderamento e resistência do povo negro põe-se em marcha continuamente. Isso porque, como mencionado, a Lei Áurea não foi acompanhada de providências para integrar quem foi escravizado, o que reverbera na realidade social, geográfica e econômica do Brasil até hoje. 

Felipe Pacheco/SON com informações do Professor José Maria – Neab/Unimontes