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Mídia internacional destaca discurso ‘repleto de mentiras’ de Bolsonaro na ONU

“Esta pode ser a última participação do Brasil no evento sob o comando de Bolsonaro”, diz a rede venezuelana TeleSur

por Eduardo Maretti

Depois da passagem no funeral da rainha Elizabeth II em Londres, com discurso de campanha na embaixada, e da projeção no prédio da Organização das Nações Unidas (“vergonha brasileira”), em dia de mais um comício de candidato, nesta terça-feira (20), chegou a vez da mídia internacional fazer suas observações sobre o desempenho de Jair Bolsonaro em Nova York.

Alguns dos mais importantes veículos do mundo destacaram a utilização da Assembleia Geral das Nações Unidas como palanque. A as mentiras ditas por Bolsonaro. “No palco mundial, o presidente brasileiro faz campanha para o emprego que pode perder”, diz matéria no The News York Times. O jornal também chamou a atenção para as ameaças bolsonaristas ao processo eleitoral. “Seguindo a cartilha do ex-presidente Donald J. Trump, Bolsonaro vem questionando a confiabilidade do sistema eleitoral do Brasil há meses”, aponta.

O dia do presidente do Brasil terminaria ainda com novas projeções luminosas – “tchutchuca do centrão” e “broxonaro” – no Empire State Building, um dos principais cartões-postais de Nova York.

Discurso de Bolsonaro “repleto de mentiras”

A rede venezuelana Telesur, por sua vez, aponta que o presidente brasileiro fez “um discurso repleto de mentiras e forte conteúdo político-eleitoral” na ONU. Destacou que o mandatário “criticou diretamente o candidato Luiz Inácio Lula da Silva”, e afirmou ter vencido uma “corrupção sistemática” da esquerda.

“Em discurso na ONU, Bolsonaro afirmou que seu governo extirpou ‘a corrupção sistêmica’ que existia no país. É Falso”, crava a rede. “Integrantes e ex-integrantes do atual governo são alvos de investigações e denúncias de casos de corrupção e outros delitos ligados à administração pública”, explica a postagem reproduzida por Telesur, que acrescenta: “Esta pode ser a última participação do Brasil no evento sob o comando de Bolsonaro, que é o segundo nas pesquisas de opinião sobre a disputa pela reeleição”.

A rede venezuelana destacou ainda que nesta terça “Bolsonaro repetiu a posição dos últimos três anos, utilizando um dos principais espaços da diplomacia global para divulgar uma imagem do país que poucos brasileiros reconhecem como real”.

O jornal Clarín, da Argentina, relatou que o discurso de 15 minutos de Bolsonaro trouxe “fortes conotações de um evento de campanha”. O site do diário destacou que Bolsonaro atacou Lula para falar de corrupção, “em mensagem claramente para consumo interno”. E também chamou a atenção de que “Bolsonaro aproveitou a janela global da Assembleia para fazer campanha como já havia feito em Londres, durante o funeral da rainha Elizabeth II”.

Afinidades diplomáticas de Bolsonaro

Por sua vez, o correspondente da GloboNews em Nova York Guga Chacra ironizou a cínica fala de Bolsonaro sobre perseguição a católicos na Nicarágua. “Quero aqui anunciar que o Brasil abre suas portas para acolher os padres e freiras católicos que têm sofrido cruel perseguição do regime ditatorial da Nicarágua”, disse o presidente brasileiro.

“Bolsonaro, que está em NY, diz condenar perseguição a cristãos na Nicarágua. Abaixo, foto de Bolsonaro sorridente com o ditador e esquartejador saudita, Mohammad bin Salman, que proíbe igrejas e prática do cristianismo na Arábia Saudita”, postou Guga no Twitter.

Em 2018, a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) chegou à conclusão de que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Bin Salman, mandou assassinar o jornalista Jamal Khashoggi, crítico do governo local. Khashoggi foi morto por um grupo de agentes do país e depois esquartejado. Bolsonaro já encontrou o príncipe e disse que tem “certa afinidade” com ele.

Em Nova York, Bolsonaro tinha encontros agendados para hoje com os presidentes da Polônia, Andrzej Duda, e do Equador, Guillermo Lasso, segundo o Itamaraty. Não havia nenhuma agenda com qualquer líder importante.

Fonte: Rede Brasil Atual – RBA