Representados por Regina Célia Nunes, recém-eleita presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Sebastião do Paraíso (SEMPRE-SUDOESTE/MG), dezenas de profissionais de Enfermagem ocuparam o plenário da Câmara Municipal. Novamente o Legislativo aprovou o envio de Moção de Repúdio a decisão do ministro José Roberto Barroso, do STF (Superior Tribunal Federal) que em decisão monocrática suspendeu a aplicação do piso salarial nacional da categoria que deveria ser implantado na rede particular a partir de 5 de setembro na rede privada e a partir de janeiro de 2023 no setor público.

Na terça-feira, 6, cerca de 200 manifestantes representantes do setor de Enfermagem já haviam feito uma passeata pelas ruas da cidade em caminhada que saiu da Praça da Matriz e foi até uma das entradas em frente a Santa Casa de Misericórdia. A expectativa é de que o valor de R$ 4.750,00 aprovado no Congresso Nacional seja colocado em prática, medida que contempla melhorias aos auxiliares e técnicos de enfermagem.

Nesta segunda-feira,12, durante a sessão ordinária da Câmara, a sindicalista Regina Nunes fez uso da Tribuna Livre quando fez pronunciamento em favor da enfermagem. Ela falou da indignação com a decisão do ministro Barroso.

“O que seria de nós não fossem os profissionais de saúde, em especial os enfermeiros durante o período crítico da pandemia”, destaca. Regina cita que a categoria merece receber muito mais.

“Infelizmente a proposta foi reduzida pela metade do que foi pleiteado e sabemos quem está por trás desta decisão”, alerta.

Regina Nunes aponta aos donos de hospitais públicos que pressionaram e estão aproveitando o momento para reivindicar o reajuste na tabela SUS. “Fazem isso para ficar no lucro, não tem outra explicação”, critica.

Segundo ela o impacto financeiro da implantação do piso salarial da enfermagem já estava contemplado e que a medida está sendo usada como cortina de fumaça para outras reivindicações.

Até o meio-dia de terça-feira,13, a votação no STF estava em 5 a 3 a favor da manutenção da suspensão do pagamento. Ainda faltavam três ministros para se manifestar, voto que pode ocorrer de forma remota. Até a próxima sexta-feira, 16, os ministros seguirão votando sobre a questão.

A vereadora Maria Aparecida Cerize Ramos manifestou que há cerca de 30 anos acompanha a luta da categoria e sabe muito bem o empenho que foi feito pelos profissionais de enfermagem durante a fase mais difícil da pandemia.

“São pessoas de valor que merecem sim receber o piso. No entanto, o meu entendimento é de que o ministro quer saber qual a fonte de financiamento, que vai pagar o piso, é preciso que isso fique claro”, observa.

Novamente a maioria dos vereadores repetiu os discursos da sessão ordinária realizada na segunda-feira,5, quando condenaram o posicionamento do ministro Barroso. Naquela oportunidade a Câmara aprovou o envio de uma Moção de Repúdio ao Tribunal Federal.

Agora foi aprovada outra moção reiterando a decisão anterior. “Queremos externar nosso repúdio contra esta ação”, comentou o vereador Sérgio Gomes.

Os vereadores Luiz de Paula, Marcos Antônio Vitorino e José Luiz das Graças que tiveram covid-19 e foram hospitalizados, enalteceram a atuação dos enfermeiros pelo trabalho por eles desempenhados. “Me solidarizo com os profissionais não apenas de Paraíso, mas do estado e do país por tudo que fizeram por cada paciente”, declarou José Luiz.

Todos eles desejaram que a situação possa ser resolvida e a classe tenha o reconhecimento e valorização merecida.

Foto: Asscam

Fonte: Jornal do Sudoeste