Juiz de Fora: Vitória da luta e da persistência – Prefeitura anuncia reequilíbrio financeiro da AMAC
A Prefeitura de Juiz de Fora anunciou, nesta segunda-feira (29 de agosto), durante Audiência Pública na Câmara, o reequilíbrio financeiro da AMAC, em setembro. “Nós precisamos estudar muito bem os números para que tudo seja cumprido. O reequilíbrio da AMAC será concedido, todos os valores foram reestudados, e com certeza nós vamos fazer esse reequilíbrio no mês que vem”, afirmou o representante da Secretaria Municipal de Fazenda, Matheus Jacometti Masson. A medida, considerada essencial para a sobrevivência da Associação, vinha sendo pleiteada pelo SINSERPU-JF há meses, em reuniões, atos, ofícios e outras ações efetivas.
E o auge dessa reivindicação se deu justamente na Audiência Pública, na qual os diretores do Sindicato deixaram claro que o reequilíbrio não poderia mais ser adiado, sob pena de comprometer o emprego de cerca de mil trabalhadores e os serviços prestados pela AMAC, que existe há 37 anos e faz em média 20 mil atendimentos/mês à população de Juiz de Fora. “A situação está insuportável. Cerca de 400 funcionários ganham um salário mínimo, ou um pouco mais que isso. O Sindicato sempre esteve ao lado deles por uma remuneração digna”, afirmou o presidente do SINSERPU-JF, Francisco “Chiquinho” Carlos da Silva. “Desde 2016 que os trabalhadores não tem reajuste salarial, e nem direitos como plano de saúde e ticket alimentação. E se a AMAC não tiver os reequilíbrios de contratos, ela ficará negativada e não poderá prestar os serviços”. completou o vice-presidente do Sindicato, Cosme Nogueira, que denunciou a “indiferença” da Administração Municipal com a situação. Também diretor do SINSERPU-JF, e funcionário da AMAC, Júlio Mendonça deu um tom pessoal ao seu depoimento: “Várias pessoas, como eu, precisam dos projetos sociais, como o Curumim (onde meu filho foi muito bem acolhido). O projeto Curumim não é apenas a tradicional “Cantata de Natal” nas escadarias da Câmara”, disse. “Fica difícil acreditar que a Administração Municipal quer que mil famílias fiquem ao relento”, completou o sindicalista. Já o superintendente da AMAC, Alexandre Oliveira, ressaltou que se “a AMAC será extinta, se a assistência social da Associação não for tratada como deve”.
Na Audiência Pública, a luta e persistência do SINSERPU-JF foram bastante elogiadas, tanto por vereadores quanto pelo procurador-geral do município. A reunião, no entanto, teve momentos tensos, antes do desfecho favorável. Situação essa protagonizada pela secretária municipal de Assistência Social, Malu Salim Miranda Machado. Ela chegou atrasada à Audiência Pública, pediu desculpas pelo atraso, mas, em seguida, ao ser cobrada por dados para a discussão, disse que “não os tinha, porque não iria ao evento”. Logo após essa afirmação, ela se retirou da reunião, sem responder a um questionamento pendente. O fato irritou os presentes e a maioria dos vereadores. Dois deles, Tiago Bonecão (Cidadania) e Sargento Mello Casal (PTB) – proponente da Audiência -, chegaram a pedir a imediata demissão da secretária.
“Esta audiência representa um novo olhar para os trabalhadores da assistência social. Houve uma ruptura de seis anos sem reajustes. E isso representa um grande marco. A esperança venceu a frustração e as ansiedades. Esperamos dias melhores, com muita coragem para lutar e coragem para vencer”, registrou Francisco Carlos.
Fonte: SINSERPU-JF