Sindicalismo faz manifestações contra Bolsonaro e perda salarial na inflação
A Força Sindical disse à coluna da jornalista Joana Cunha, no Painel da Folha SP, que o assunto será o principal item do atos do 1º de Maio
Os atos #BolsonaroNuncaMais, foram organizados por diversas entidades, entre as quais, as centrais sindicais e movimentos populares que integram as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e consideram Jair Bolsonaro (PL), o principal responsável pela disparada da inflação, altas taxas de desemprego e de trabalho precário, sem direitos e a volta da fome e da miséria.
A secretária-geral da CUT, Carmen Foro, afirma que ir às ruas protestar e denunciar o governo Bolsonaro, além de um ato de resistência é um ato de conscientização da população sobre a tragédia que vivemos. “Este ano é um ano decisivo para as nossas vidas, é o ano que vai definir que futuro queremos para o nosso país, para nós, nossas famílias e todo o povo brasileiro”, alerta a Secretária-Geral da CUT, Carmen Foro.
Várias cidades dizem “Bolsonaro Nunca Mais!”
Na maior das manifestações pelo dia de protestos contra o governo de Jair Bolsonaro, a capital paulista concentrou cerca de 30 mil pessoas na Praça da República, segundo os organizadores, para pedir por “Bolsonaro Nunca Mais” e o aumento do custo de vida. Pela manhã, cidades como Maceió, Recife, Aracaju, Campo Grande, Florianópolis, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Luiz fizeram os primeiros atos.
Em Porto Alegre, milhares de pessoas participaram do “9A” – ato unificado das centrais sindicais de trabalhadores em protesto contra o governo Bolsonaro. A manifestação se concentrou no Largo Glênio Peres e depois percorreu as principais ruas do centro da capital, em uma marcha que terminou no Largo Zumbi dos Palmares.
Um botijão de gás gigante foi inflado junto ao caminhão de som com a inscrição “gás a preço justo, Petrobras fica no RS”. As principais palavras de ordem foram contra os aumentos do gás e da gasolina, além da fome e do desemprego.
O representante da Força Sindical, Cláudio Correa, destacou a unidade da classe trabalhadora num momento “fundamental” do país. “É hora de resgatar nossa dignidade. Enquanto o povo compra osso e pé de galinha para se alimentar, o presidente come camarão e ainda se atrapalha”, ironizou.
A sindicalista Neiva Lazzarotto, da CSP-Conlutas, mencionou a necessidade de derrotar o novo ensino médio, implantado em 2022 pelo governo federal e que, segundo ela, “é do Itaú-Unibanco e do (empresário Jorge Paulo) Lemann”. Também criticou a implantação das escolas cívico-militares, que servirão para “recrutar jovens pobres de periferia para o fascismo”.
Movimento Popular Contra a Carestia
Em Guarulhos, sindicatos e centrais sindicais, se reuniram na sexta-feira (8), no Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, para lançaram o Movimento Popular Contra a Carestia.
Com iniciativa da Força Sindical regional, o Movimento, que reúne também associações de moradores e representante de igreja protestante tem por objetivo denunciar os altos preços dos alimentos que estão levando milhares de pessoas à fome e à insegurança alimentar. “Hoje, o que pesa mais é o custo da cesta básica. Mas o gás de cozinha também sacrifica o orçamento doméstico”, afirma o dirigente metalúrgico José Barros da Silva Neto.
Mobilização contra perda salarial na inflação
Lideranças sindicais afirmaram à jornalista Joana Cunha, do Painel da Folha SP que a escalada da inflação vai deixar as negociações salariais deste ano mais nervosas. João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral da Força Sindical, explica que o atual cenário da pandemia pode ajudar a organizar a volta das manifestações de rua para pressionar por reposição das perdas salariais. “O assunto será o principal item das mobilizações do 1º de Maio”, ressalta Juruna.
“Nesse período, os sindicatos farão as negociações salariais, mas também vamos chamar manifestações de rua para cobrar o custo de vida. Hoje, temos condições de saúde que permitem manifestações”, afirma Juruna.
Segundo ele, as mobilizações também vão pressionar por mudanças na política econômica para reduzir a carga inflacionária sobre a população.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, diz que tem tentado antecipar as negociações coletivas neste ano, em razão do atual cenário extremamente delicado. “São muitos ingredientes que fazem com que a situação em torno das negociações fique mais complicada, como a pandemia ainda presente, crise econômica, desemprego, desalento, guerra na Ucrânia, eleições, polarização. Isso significa que vamos ter disputas malucas, ódio. Para não contaminar as negociações coletivas próximas, estamos antecipando todas”, diz Patah.
Foto: Mídia Ninja
Fonte: Rádio Peão Brasil