Em mais uma matéria da série para conhecer mulheres que movem o mundo sindical em Minas Gerais e são ou estão ligadas à Feserp Minas, mostramos um pouco da trajetória da Luzia de souza Marques, secretária do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teófilo Otoni – Sindiseto. Ela ingressou na prefeitura de Teófilo Otoni através do concurso público municipal realizado no dia primeiro (1°) de fevereiro de 1993, como atendente de Saúde Bucal. Em 2013, foi feito o convite do atual presidente do Sindicato, José Antônio, assim como diversos pedidos de seus colegas da odontologia para participar efetivamente na entidade. Luzia aceitou participar da chapa 02, que fez frente a chapa composta por uma diretoria duroudora no Sindiseto, e, em conjunto, foi vencedora. Na época, ficou na pasta de Comunicação Social.

A chapa vencedora em 2013 está no segundo mandato, desta vez Luzia ocupa a pasta de primeira secretária. Sempre esteve envolvida nos movimentos sociais desde a escola, no bairro onde morou, na igreja evangélica que ainda participa e, finalmente, no trabalho.

Antes de ser servidora pública, Luzia trabalhava no comércio, era filiada ao Sindicato dos Comerciários e sempre estava presente nas reuniões para reivindicações de melhorias para a categoria. Como servidora não tem sido diferente, visto que na primeira oportunidade se filiou ao Sindiseto.

Com o objetivo de dar continuidade a uma luta que já tinha travado com a Prefeitura devido ao adicional de insalubridade, ao qual o prefeito da ocasião havia retirado dos servidores, arbitrariamente, Luzia aceitou o desafio, e obteve êxito com aprovação da lei que regulamenta o adicional de insalubridade na prefeitura.

Enquanto mulher, a secretária do Sindiseto tem se preocupado com as condições em que vive hoje as mulheres, tanto no campo de trabalho como em outros âmbitos da sociedade, “nós mulheres ainda estamos longe de alcançarmos os patamares almejados”, esclarece Luzia.

Segundo ela, na maioria dos seguimentos da sociedade, não é novidade encontrar um maior número de mulheres na frente do trabalho. “É assim no serviço público, principalmente na minha cidade. Hoje temos uma preocupação potencializada, que é global, quanto a onda de pandemia. Tem ficado cada vez mais difícil para nós mulheres, pois estamos perdendo colegas de trabalho para a doença e como se não bastasse, estamos vendo crescer o número de morte de mulheres por feminicidio”, lamenta a sindicalista.

Quando solicitada a dar uma declaraçaõ sobre o mês da mulher, a sindicalista foi enfática ao falar da necessidade de continuar na luta contra o machismo e a misoginia:

“Chega de perdermos mulheres simplesmente pelo fato de pertencemos ao tal “sexo frágil”, que de frágil não temos nada. Somos fortes e guerreiras, sempre dispostas e prontas para a luta. Precisamos dar a volta por cima, dar um basta na situação e mudarmos as estatísticas atuais no país. Também precisamos lutar por políticas públicas que venham minimizar as condições em que vivem as mulheres no Brasil. Homens, respeitem as mulheres não apenas nesse mês, mas em todos os meses do ano! Respeito, esse é um dos nossos direitos.”

Luzia de souza Marques

Secretária do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teófilo Otoni – Sindiseto