Luta na Ford e oxigênio para infectados mobilizam sindicalismo
O ano começou com a economia parada, desemprego em alta, governo batendo cabeça quanto à vacina e o empresariado na defensiva. Um segmento social, porém, mostrou punch: o sindicalismo, especialmente as Centrais.
Dia 5, elas se reuniram e definiram uma pauta pró-vacina, emprego e retorno do Auxílio Emergencial de R$ 600,00. Dia 11, já sabendo sobre o fechamento da Ford no Brasil, as Centrais voltaram a se reunir.
Uma das deliberações foi defender os trabalhadores da montadora – o Dieese calcula que haverá 119 mil demissões diretas e indiretas. Outra decisão foi implementar medidas solidárias. Aí entra o oxigênio da Venezuela. Na quinta (21), haverá manifestações nas revendas da Ford em todo o País.
As Centrais se articularam com entidades como o IndustriAll e o UAW (metalúrgicos, EUA). O presidente da CUT, Sérgio Nobre, em viagem pela América do Sul, se reuniu com a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, quando se discutiu levar oxigênio a Manaus.
Outras – Miguel Torres, presidente da Força Sindical, informa que as articulações interna e externa continuam. A Força orienta aos filiados liberar aos governos – município, Estado e União – suas instalações para a vacinação.
Em âmbito internacional, a Força estuda com a Federação dos Rodoviários do Estado de SP a possibilidade de caminhões brasileiros, em trânsito no território venezuelano e vizinhanças, transportar “não só oxigênio, mas insumos hospitalares pra outras cidades da região amazônica”.
Ford – Afora gerar clamor público, os atos desta quinta nas unidades e revendas Ford visam romper o círculo de silêncio do presidente Bolsonaro e do governador Doria (SP) – este, inclusive, abriu o ano com aumento do ICMS.
Estimativa do Sindicato dos Comerciários de SP (UGT) dá conta de que as frotas Ford nas concessionárias já perderam 30% do valor de mercado.
Reprodução: Agência Sindical