Uma data para pensar e lutar
Neste 20 de novembro, dia Nacional da Consciência Negra no Brasil, o cenário para a pauta racial não é nada animador. A direção da Feserp Minas reitera completo apoio na luta para igualdade racial e à ruptura do preconceito ao povo preto, que, historicamente, sofreu e sofre diariamente neste país.
Esta data foi celebrada pela primeira vez em 1971. O conceito evoca o sentimento de exaltação e aceitação das origens africanas na formação do povo brasileiro. Os ancestrais africanos ao serem escravizados e forçados a pisar em território nacional, trouxeram toda a cultura, costumes e tradições do seu povo. Mesmo com abolição da escravidão, desde os primeiros anos seguintes da alforria até este ano de 2020, o país carrega fortes traços desiguais, preconceituosos e injustos quanto aos direitos e tratamento da pessoa negra.
Um exemplo desta realidade é o aumento da desigualdade racial no âmbito trabalhista com a pandemia. Os danos do isolamento e da redução do nível de atividade econômica foram mais cruéis com homens e mulheres negras, segundo o Boletim Especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, baseado em pesquisa do IBGE.
Clique aqui e veja integralmente os dados do boletim.
Outro ponto triste para quem vive por aqui é o genocídio do povo preto. O Mapa da Violência de 2016 mostra que 42.291 pessoas foram vítimas de homicídio no Brasil em 2014. Destas, 70,5% são negras (considerando pretos e pardos). Do total de assassinatos, 59,7% foram de jovens entre 15 e 29 anos. O dado que, infelizmente, mais chama a atenção é de que a cada 23 minutos morre um jovem negro no Brasil, em média.
Além desses dados, diariamente somos bombardeados por casos racistas nas redes sociais e em outros meios de informação. Um cenário que Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores anti escravagistas da história deste país, lutou e, hoje, lutaria bravamente para combater. A data em questão faz referência ao seu assassinato. Aos 40 anos foi morto pela coroa portuguesa, no dia 20 de novembro de 1695, por agentes do governo. Partes do seu corpo foram expostas em praça pública, na cidade de Recife.
325 anos depois da sua morte, Zumbi dos Palmares, como ficou conhecido na história, não imaginava que este seria o cenário dos seus descendentes. Por isso e mais um pouco, independente da sua raça, devemos praticar com atitudes o antirracismo. Assim como em outras batalhas, a Feserp Minas se coloca como integrante deste enfrentamento.