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Notícias

Protestos e paralisações contra cortes na educação ocorrem em todos os estados e no DF

Houve manifestações em mais de 200 cidades do país, aponta levantamento do G1. Bolsonaro disse que bloqueou a verba para educação porque precisa e chamou os manifestantes de ‘idiotas’. Atos foram pacíficos.

Ao menos 223 cidades do Brasil tiveram manifestações, na última quarta-feira (15), contra o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo Ministério da Educação (MEC). Houve atos em todos os estados do país e também no Distrito Federal.

Universidades e escolas também fizeram paralisações, após a convocação de uma greve de um dia por parte de entidades ligadas a sindicatos, movimentos sociais e estudantis e partidos políticos. Os atos foram pacíficos.

Foi a primeira grande onda de manifestações durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, pouco mais de quatro meses após ele ter tomado posse. Em Dallas (EUA), Bolsonaro classificou os manifestantes de “idiotas úteis” e “imbecis”. Mais tarde, por meio do porta-voz Otávio Rêgo Barros, disse que as manifestações foram “legítimas e democráticas, desde que não se utilizem de violência, nem destruam o patrimônio público”.

A reação às declarações de Bolsonaro apareceu em faixas nos protestos e também em críticas nas redes sociais.

Ao Blog do Camarotti, auxiliares do governo entendem que uma fala do ministro da Educação, Abraham Weintraub, turbinou as manifestações. Em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo” em 30 de abril, o ministro sinalizou cortes em universidades onde houvesse “balbúrdia”.

Resumo

 

 

  • MEC bloqueou 24,84% dos gastos não obrigatórios dos orçamentos das instituições federais. Essas despesas incluem contas de água, luz e compra de material básico, além de pesquisas;
  • As verbas obrigatórias (86,17%), que incluem salários e aposentadorias, não serão afetadas;
  • Sindicatos e movimentos estudantis convocaram um dia de greve contra cortes de verbas que, segundo eles, podem paralisar as universidades;
  • O ministro interino da Economia, Marcelo Guaranys, disse que a arrecadação do governo foi abaixo do esperado e, por isso, foi feito o congelamento temporário de verbas;
  • O ministério informou que “está aberto ao diálogo” e que o ministro se reuniu com reitores de federais.

 

 

Veja a situação dos protestos nos estados

Acre

Acre

Em Rio Branco, funcionários e estudantes da Universidade Federal do Acre fizeram um café da manhã na rua e fecharam o principal acesso à instituição. Também foram registrados atos de professores, alunos e servidores do Instituto Federal do Acre (Ifac), em Rio Branco, e em algumas cidades do interior do estado. Os atos do Ifac ocorreram também em Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Xapuri, no interior do estado.

Na capital, centrais sindicais fecharam, pela manhã, a avenida Brasil, uma das principais do município. O movimento contou com ao menos 1,2 mil pessoas, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), organizadora do ato.

Alagoas

Alagoas

Em Maceió, integrantes de entidades sindicais, professores, funcionários e alunos do ensino público federal, estadual e municipal realizaram protesto pela manhã no bairro do Farol.

Amapá

Amapá capa

Estudantes, professores e servidores protestaram no campus Macapá da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Com faixas, cartazes e caixas de som, o grupo fechou a entrada da universidade, localizada na Zona Sul da capital. À tarde, houve ato na praça da Bandeira, em Macapá: 25 mil pessoas participaram, segundo a organização; para a PM, foram 1,5 mil pessoas.

Amazonas

Amazonas

Em Manaus, centenas de manifestantes protestaram contra os cortes na educação. A concentração foi na praça da Saudade. Participaram do ato professores e alunos de escolas municipais, estaduais, instituições, universidades públicas e particulares.

Servidores e alunos da Universidade Federal do Amazonas fizeram ato na Avenida Rodrigo Otávio, Zona Sul da cidade. Duas faixas da via foram bloqueadas pelos manifestantes. Além da capital, as cidades de Humaitá, Presidente Figueiredo e Parintins também tiveram protestos na manhã de quarta-feira.

Bahia

Bahia

Na Bahia, escolas públicas e particulares de Salvador amanheceram sem aula. A suspensão das atividades ocorreram somente na quarta. Estudantes e professores fizeram protesto no Centro da cidade que, segundo organizadores, reuniu 50 mil pessoas. A PM não divulgou estimativa de público.

Manifestações também foram realizadas em Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus e Juazeiro do Norte, no interior do estado.

Ceará

Em Fortaleza, um grupo de estudantes de instituições federais do Ceará bloqueou a Avenida da Universidade, no Bairro Benfica. O ato começou por volta das 5h. Por volta de 7h20, os estudantes desbloquearam a via e seguiram para outro protesto no Centro de Fortaleza.

Juazeiro do Norte, Tauá, Crato, Sobral Cedro, Iguatu , Canindé, Crateús, Quixadá e outras cidades do interior do Ceará também tiveram mobilização de estudantes e professores.

Distrito Federal

Distrito Federal

No Distrito Federal, escolas da rede pública de ensino suspenderam as aulas quarta-feira. Na Esplanada dos Ministérios, manifestantes se reuniram em frente à Biblioteca Nacional e seguiram pela via em direção à Praça dos Três Poderes. Por volta de 11h20, a PM estimava cerca de 15 mil manifestantes. Os organizadores falavam em 50 mil pessoas.

Espírito Santo

Espírito Santo

Em Vitória, estudantes e professores da rede estadual de ensino seguiram em protesto da Praça do Papa em direção à Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Também houve atos em Linhares, Colatina, Nova Venécia e Alegre.

Goiás

Goiás

Em Goiás, escolas e universidades suspenderam as aulas por conta dos atos. Além da capital, Goiânia, cidades como Jataí, Anápolis, Itumbiara, Rio Verde, Luziânia e Catalão também tiveram protestos.

Maranhão

Maranhão

Em São Luís, estudantes e professores se concentraram na Praça Deodoro, na região central, de onde caminharam até a Praça dos Catraieiros.

Pela manhã, manifestantes bloquearam a Avenida dos Portugueses. A presidente da Associação dos Professores da Ufma, Sirliane Paiva, afirmou que o corte inviabiliza o progresso do ensino público. Houve atos também em Pinheiro, Balsas, Santa Inês e Imperatriz.

 

Mato Grosso

Mato Grosso

Trabalhadores e estudantes de instituições públicas protestaram em Cuiabá na tarde de quarta.

Instituições federais, estaduais e municipais de educação em Mato Grosso também aderiram à mobilização nacional.

Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul

Escolas municipais e estaduais, além de instituições federais em Mato Grosso do Sul aderiram à greve de um dia contra os bloqueios na educação nas cidades de Campo Grande, Ponta Porã, Três Lagoas e Dourados. Houveram manifestações em campus de vários municípios de pelo menos duas instituições federais: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Instituto Federal de Mato Grosso do Sul.

Minas Gerais

Minas Gerais

Em Belo Horizonte, estudantes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) participaram dos atos, que começaram às 7h na na Avenida Amazonas, no bairro Nova Suíça. Eles carregavam faixas com dizeres como “Luto pela educação” e “A aula hoje é na rua”. Os protestos se espalharam por outras partes da cidade e concentraram o maior público no Centro.

Na região de Montes Claros servidores e estudantes aderiram ao movimento. Houve protestos em Almenara, Araçuaí, Janaúba, Porteirinha, Januária, Pirapora, Salinas e Teófilo Otoni.

Em Uberaba, alunos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) fizeram uma passeata. Também houve atos em Uberlândia. Em Divinópolis, servidores da rede municipal e estadual de ensino paralisaram as atividades.

Na Zona da Mata, sucederam manifestações em Juiz de Fora, que reuniram estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), estudantes de escolas federais, além de diversos alunos de escolas municipais, estaduais e particulares. Estiveram presentes líderes de Movimentos Sociais e integrantes da sociedade civil. Além de Juiz de Fora, na Zona da Mata tiveram manifestações em Viçosa, Barbacena, São João Del Rey, Santos Dumont, Rio Pomba e Araxá.

No leste e no nordeste de Minas Gerais, estudantes e professores realizam um ato em Governador Valadares.

No Sul de Minas, atos ocorreram em Varginha, Poços de Caldas, Itajubá, Lavras, Muzambinho e Inconfidentes.

Nos Vales de Minas, houveram atos em Ipatinga e Timóteo.

Pará

Pará

No Pará, as universidades federais paralisaram as atividades. Segundo sindicato, em Belém, mais de 10 mil trabalhadores técnicos, estudantes e professores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e Instituto Federal do Pará (IFPA) ficaram concentrados em frente ao prédio do Instituto de Ciências das Artes (ICA). Também houveram atos em cidades como Marabá e Santarém.

Paraíba

Paraíba

Na Paraíba, instituições públicas de ensino básico, fundamental, médio e superior suspenderam as atividades. Além da capital, João Pessoa, cidades como Campina Grande, Sousa, Monteiro, Cuité, Guarabira, Patos e Areia tiveram protestos.

Paraná

Paraná

Em Curitiba, manifestantes se reuniram em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na praça Santos Andrade. Também há protestos em Maringá e Ponta Grossa.

Pernambuco

Pernambuco

Em Pernambuco, à tarde, um protesto reuniu sindicatos, associações, movimento estudantil, movimento social e sociedade civil se concentraram frente ao Ginásio Pernambucano, no Centro do Recife, e saíram em passeata.

Houve paralisação de professores de universidades federais. Na Zona Oeste do Recife, professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) fizeram atendimento à população gratuitamente, como formar de conscientizar sobre a importância do serviço prestado. Em Caruaru, no Agreste pernambucano, e em Serra Talhada, no Sertão, manifestantes também foram às ruas. Também houveram manifestações na região de Petrolina, com atos na cidade e também em Serrita, Salgueiro e Terra Nova.

Piauí

Piauí

Em Teresina, estudantes universitários e secundaristas ocuparam a Praça Rio Branco, no Centro, e seguiram até o prédio da prefeitura.

No interior do estado foram realizados protestos em Parnaíba, Cocal e Angical do Piauí.

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro .

No Rio, manifestantes se reuniram na Candelária, no Centro, para protestar. Também havia movimentação na Praça XV. Houveram interdições nas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco. Cerca de 150 mil pessoas participaram, segundo os organizadores. A Polícia Militar não divulgou estimativa.

Após o ato, um ônibus foi incendiado. Pessoas dispararam rojões e fogos e a PM respondeu com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Não houveram feridos.

Universidades e escolas suspenderam as atividades para protestar. No início da manhã, não havia movimentação em escolas tradicionais como o Colégio Pedro II. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual da Zona Oeste (Uezo) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro estão entre as que paralisação. Na Região Metropolitana, houveram atos em Duque de Caxias, Itaguaí, Niterói e Nova Iguaçu.

Na Região Serrana, houveram manifestações em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo e algumas escolas estão sem aulas. Na Região dos Lagos, estudantes do IFF se reuniram em Maricá. Protesto também foi registrado em Cabo Frio.

No Sul do Rio, houve atos em Valença, Volta Redonda e Angra dos Reis.

Rio Grande do Norte

Rio Grande do Norte

Escolas estaduais do Rio Grande do Norte suspenderam as aulas como forma de adesão ao protesto nacional. Houveram manifestações em Natal São Gonçalo do Amarante, Mossoró, Nova Cruz, Currais Novos e Caicó.

Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, cerca de 20 mil pessoas, segundo os organizadores, se reuniram na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre. A Brigada Militar estima a presença de 5 mil pessoas.

Escolas e universidades pararam as atividades. Em Porto Alegre, a Polícia Militar usou gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para dispersar manifestantes na frente da UFRGS. Um grupo havia bloqueado a rua do local.

Na região de Santa Maria, ao menos 50 escolas municipais e estaduais amanheceram sem aulas. Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria bloquearam uma via da cidade. Também houveram protestos e paralisações em Rio Grande, Caxias do Sul, Panambi, Cruz Alta, Pelotas, Uruguaiana, Santo Ângelo, Santo Augusto e Santa Rosa.

Rondônia

Rondônia

Estudantes e professores do Instituto Federal de Rondônia (Ifro), fizeram um manifesto no campus do Ifro de Guajará-Mirim (RO), na fronteira com a Bolívia. Os alunos e servidores se reuniram no Ifro e logo depois caminharam até a rotatória principal da cidade.

 Em Porto Velho, estudantes da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir) protestaram no centro da cidade.

Em Vilhena, a manifestação foi convocada por sindicatos de professores junto com instituições de ensino. Na cidade de Cacoal, alunos e professores protestaram no Centro. Também houve protesto nas ruas de Ariquemes.

Roraima

Roraima

Em Boa Vista, professores, técnicos e estudantes da Universidade Federal de Roraima (UFRR), fecharam os portões da instituição. Além da UFRR, participam do ato o Instituto Federal de Roraima (IFRR) e parte da Universidade Estadual (UERR). O Colégio de Aplicação da UFRR e a Escola Agrotécnica também paralisaram.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, professores e estudantes saíram na tarde de quarta em caminhada da UFSC em caminhada pelas ruas da cidade. Segundo os organizadores, 10 mil pessoas estavam na manifestação.

Foram registrados atos também em Itajaí e Blumenau, no Vale; São Francisco do Sul e Camboriú, no Litoral Norte catarinense; Lages, na Serra; Joinville, no Norte; e  São Miguel do Oeste, Chapecó e Concórdia, no Oeste.

 

São Paulo

São Paulo Ensino Superior

À tarde, manifestantes protestaram na Avenida Paulista contra os cortes na educação. O ato se concentrou em frente ao vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp); os dois sentidos da via foram interditados.

Pela manhã, na capital paulista, estudantes e professores da Universidade de São Paulo (USP) — que é estadual, mas foi afetada pela suspensão de bolsas de pós-graduação — fecharam uma das entradas da instituição, na Zona Oeste da cidade.

Estudantes secundaristas também faziam manifestação, pouco depois das 7h, pelas ruas de Higienópolis, bairro nobre da região central de São Paulo.

Em Campinas, no interior do estado, houve dois atos. Em um deles, a avenida que dá acesso aos campus da Unicamp e da PUC-Campinas foi bloqueada no início da manhã estudantes. Em seguida, manifestantes encheram o Largo do Rosário. Em Sorocaba, também no interior, alunos e professores se reuniram em uma praça no centro da cidade. Outras cidades da região, como Jundiaí, São Roque, Salto, Itu e Porto Feliz, também tiveram manifestações e paralisações.

Em Santos, no litoral, petroleiros também se juntaram ao movimento, que também incluiu a defesa das refinarias e o protesto contra a privatização e a reforma da Previdência. Durante a manhã, ocorreram protestos em Cubatão, na Baixada Santista, e no Vale do Ribeira.

Em Bauru, estudantes e professores protestaram em ato em frente à Câmara Municipal. Também houve atos e paralisações em Ourinhos, Marília, Assis e Tupã. Estudantes e servidores de Boituva, Campina do Monte Alegre, Avaré e Itapetininga também participaram de atos.

Também no interior, estudantes da USP e da Unesp fizeram atos em Ribeirão Preto, Jaboticabal, Franca e Sertãozinho, além de Presidente Prudente e Piracicaba. Em Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba e Suzano, no Alto Tietê, professores e estudantes se manifestaram pela manhã. Araraquara, Rio Claro, São Carlos, São João da Boa Vista e Araras também registram atos de alunos.

No Noroeste Paulista, alunos fizeram manifestações em Catanduva, São José do Rio Preto, Araçatuba, Votuporanga e Ilha Solteira.

No Vale do Paraíba, escolas e universidade em São José, Taubaté e Guaratinguetá não funcionaram na manhã. Também houve protesto em Bragança Paulista.

Sergipe

Sergipe

Em Aracaju, os manifestantes bloquearam um dos acessos ao campus da Universidade Federal de Sergipe. Estudantes também se concentraram na porta do Instituto Federal de Sergipe (IFS).

Também houve protestos no Centro de Aracaju. Diversas centrais sindicais participam do ato.

Tocantins

Tocantis

Em Palmas, estudantes fecharam o portão de entrada da Universidade Federal do Tocantins e da Universidade Estadual do Tocantins. Com cartazes e latas, os manifestantes faziam barulho e gritam palavras de ordem pedindo mais atenção para educação.

No interior do estado, também houve manifestações em Gurupi, Araguaína, Dianópolis, Araguatins, Miracema do Tocantins, Brejinho de Nazaré e Paraíso do Tocantins.

Fonte: G1 (Adaptado).

Link da matéria original: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/05/15/cidades-brasileiras-tem-atos-contra-bloqueios-na-educacao.ghtml