Volks vai parar para combater Reforma da Previdência
Em assembleia realizada na Volks, em São Bernardo, os dirigentes do Sindicato debateram assuntos internos e aprofundaram com os trabalhadores a importância do combate à reforma da Previdência. Eles foram efusivamente aplaudidos pela companheirada que aprovou a disposição de luta. A greve geral chamada pela centrais sindicais será no dia 14 de Junho.
A diretora executiva e CSE na montadora, Michelle Marques, lembrou que a luta para garantir direitos é de todos, independentemente de posicionamento político. “Só peço que quando o governo der a primeira chicotada, o pessoal que colocou ele lá, vá na frente. Não é justo que a gente que não elegeu esse governo, fique na frente e os outros fiquem ao lado do chefe. Essa luta é de todos, se não estivermos unidos, ela vai ser mais difícil. A Volks sempre foi exemplo de luta”.
O diretor executivo e CSE na Volks, Wellington Messias Damasceno, destacou que é importante saber que a chamada ´Nova Previdência´ altera todo o sistema de Previdência Social como funciona hoje e pediu para que levantassem as mãos os trabalhadores com menos de 45 anos. “É a maioria da companheirada. Se nós deixarmos aprovar a reforma como está, quem levantou a mão não aposenta mais por tempo de contribuição”, cravou.
“Nosso sistema de Seguridade Social é constituído por três partes. Previdência, que é nossa aposentadoria; Assistência Social, onde entra o benefício do LOAS, o BCP e o Bolsa Família e saúde, uma parte do que a gente contribui para o INSS sustenta o SUS. Muita gente aqui pega aqueles remédios controlados de alto custo no hospital Mário Covas, custeados pela Seguridade Social, ou compram na Farmácia Popular que o governo está desmontando”, explicou.
“O governo faz campanha que essa reforma é boa para o Brasil. Ela é tão boa que tem um monte de gente brigando para não entrar, como as Forças Armadas e o judiciário. Até a classe política está fazendo movimentação para sair, porque ela é muito ´boa´”, ironizou.
“Para derrubar essa reforma precisamos estar mobilizados, muita gente ainda não assinou o abaixo-assinado. A tarefa de cada um aqui é debater com a sociedade. Não adianta saber e guardar a informação, temos que dialogar”, convocou.
O coordenador da representação na Volks, Wagner Lima, explicou questões internas e colocou em votação a disposição para a greve. “Aqui nós temos poder de organização e o momento não é de divisão. Estão duvidando que a gente pare a fábrica de novo para barrar a reforma. Mas vamos pra luta, nos mobilizar e combater essa reforma da Previdência”.
1º trilhão – Wellington explicou algumas contas do governo que sempre resultam em 1 trilhão. “O governo diz que a maior conta que ele tem é a Previdência. Mas não é. A previdência é 24% do orçamento do governo, 41% é para pagar juros e amortização da dívida pública. O valor disso é 1 trilhão de reais. Não é para pagar a dívida, é para arrolar. É preciso fazer uma auditoria na dívida pública, para saber o que estamos pagando e para quem”.
2º trilhão – “O governo diz que o Brasil vai quebrar se não aprovar a reforma. A gente não deve a previdência, porque quando pega o holerite, já está lá o desconto do INSS. A gente não tem a possibilidade de não pagar, mas as grandes empresas não pagam o INSS, a dívida delas com a Previdência é de 1 trilhão de reais. Se o governo cobrar quem pode pagar a dívida, a gente tem caixa para Previdência por longos anos”.
3º trilhão – “Mas o governo quer tirar 1 trilhão da gente. Sabe de onde vem esse 1 trilhão? Aposentadoria por contribuição, redução do valor do BPC e a eliminação do abono do PIS pra quem ganha acima de um salário mínimo. Um trilhão não vem dos privilegiados, não vem de quem tem uma média salarial para aposentadoria de 20 mil reais”.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC com Tribuna da Imprensa Sindical