Parados, servidores da urgência e emergência de de Juiz de Fora fazem passeata e exigem pagamento do 13º
(Juiz de Fora – MG) – Com 70% da categoria com suas atividades paralisadas (trabalhando, portanto, apenas os 30% exigidos por Lei) os servidores da rede de urgência e emergência da saúde municipal de Juiz de Fora fizeram, na manhã/tarde desta sexta-feira (28 de dezembro), uma passeata pelas principais vias da cidade, exigindo o pagamento do décimo-terceiro salário. O movimento começou em frente ao HPS (Hospital de Pronto-Socorro) e fechou, por alguns minutos, as três pistas da Avenida Rio Branco. Depois, aos gritos de “prefeito caloteiro, cadê o meu dinheiro?”, os manifestantes percorreram as avenidas Rio Branco, Itamar Franco e Brasil e as ruas Espírito Santo, Djalma de Carvalho e Halfeld – com parada na Unidade Regional Leste de atendimento à saúde. “É a primeira vez que o setor de urgência e emergência paralisa suas atividades de forma isolada. Isso mostra o grau de insatisfação de todos. Não temos feriados, fins de semana ou dias santos na nossa rotina de trabalho e o mínimo que a gente merecia era o décimo-terceiro salário em dia, um dinheiro que não é para luxo, é, em muitos casos, para ser usado no pagamento de dívidas”, afirmou a diretora de Saúde do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora (SINSERPU-JF) e funcionária do HPS Deise da Silva Medeiros. “A indignação é ainda maior porque o prefeito (Antônio Almas/PSDB) só comunicou o atraso no pagamento do décimo-terceiro salário na última hora, e pela imprensa”, completou o presidente da entidade, Amarildo Romanazzi. Presente à passeata, o presidente da FESERP-MG e da seccional Minas Gerais da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) Cosme Nogueira lembrou a “revolta represada” dos servidores. “Há anos esses profissionais vem trabalhando sem as condições adequadas e nunca foram ouvidos pela Administração Municipal. E são eles que socorrem a população de Juiz de Fora nos momentos mais difíceis”, afirmou.
Entre os manifestantes, a técnica de enfermagem Angélica Pereira (na última foto) que trabalha no HPS, mas mora na cidade vizinha de Bicas e estava de folga. “São 40 quilômetros (a distância) e eu poderia estar no meu merecido descanso, mas fiz questão de participar do protesto. Trabalho há 15 anos na Prefeitura e nunca fiquei sem o décimo-terceiro, e, além de direito consagrado, ele faz muita falta”, disse.
Os grevistas permanecem paralisados, em escala mínima e com a implantação do “ponto paralelo”, até quinta-feira (3 de janeiro), quando uma assembleia, às 9h, na sede do SINSERPU-JF, definirá os rumos do movimento.