CSPB perde um ícone e Brasília um de seus mais importantes pioneiros
A Confederação dos Servidores Públicos do Brasil- CSPB, lamenta profundamente o falecimento de um de seus fundadores, ex-deputado federal e fundador do PSDB no Distrito Federal, Geraldo Campos. O dirigente veio à óbito na madrugada desta segunda-feira (17) aos 93 anos. Há 42 dias ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da Asa Sul (Brasília), devido a uma pneumonia. O presidente da confederação, João Domingos, prestou homenagem à Campos. O PSDB lamentou o ocorrido, e o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, decretou luto oficial de três dias .
Geraldo Campos, como diretor histórico da CSPB, foi um dos pilares que sustentou a entidade na resistência durante a longa noite da ditadura. Ainda como diretor de Assuntos Federais da CSPB foi eleito deputado constituinte, e como presidente da Subcomissão de Administração Pública da Comissão de Trabalho da Constituinte transformou as demandas coordenadas pela CSPB e sua malha orgânica, em projetos e em resultados positivos, muitos que participaram daquele momento ainda lembram, como Domingos:
“O falecimento desse grande guerreiro Geraldo Campos, em que pese a tristeza que invade grande parte de nós, na verdade fecha um ciclo dos mais brilhantes da CSPB.
Naquela longa noite nós conseguimos constitucionalizar a maioria se não todos os direitos importantes para o serviço e o servidor público tais como: o direito à sindicalização, à paridade entre ativos e inativos, a exigência de concurso público como única forma de ingresso no serviço público, entre muitos outros”. Recorda o presidente da CSPB.
Mesmo após a constituinte, ele ainda continuou como diretor por vários mandatos da CSPB: “Geraldo permaneceu como aquela pessoa inspiradora, que transmitia segurança e confiança a todos nós, então seus aprendizes e assim que se deve ficar a memória de Geraldo Campos, um homem que mesmo depois que a idade e a saúde lhe ceifaram a plenitude da força física, ele ainda continuou com sua cabeça brilhante a ser aquela pessoa inpiradora para a CSPB no mesmo nível dos grandes ícones. E ele é um grande ícone como o eterno Hélio de Mello, Nonato Cruz, etc. Continua a ser a pessoa tão influente aqui no Distrito Federal que auxiliava com suas ideias, o seu trabalho, a sua intelectualidade, sempre do ponto de vista progressista. Ele sempre foi um progressista; comunista no passado. Hoje o Distrito Federal em reconhecimento decretou luto oficial em função de seu falecimento. Portanto, eu concluo dizendo que o Geraldo Campos é daquelas pessoas que faleceram e não morreram. Ele permanecerá vivo em nossa memória e com suas ideias; como uma pessoa que construiu, hombriou com muitos outros, nós inclusive, na história da CSPB. Que Deus o acolha carinhosamente em sua morada e que dê conforto aos familiares. Vai com Deus, Geraldo, um viva, dez vivas; uma palma revolucionária pra você, como Hélio de Melo faria se estivesse aqui conosco!”. Enfatizou, visivelmente emocionado, João Domingos.
Para o presidente da Executiva Nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, Campos “jamais” deixará de ser lembrado pelo DF como um exemplo de liderança e espírito público. O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, além de declarar luto oficial de três dias, em nota ressaltou: “Brasília perde um dos seus mais importantes pioneiros”.
A assessoria do PSDB do DF informou que o corpo do fundador do partido será velado nesta terça (18), a partir das 8h, no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, Plano Piloto, em Brasília. O sepultamento está previsto para às 11:30 h.
Saiba mais
Geraldo Campos nasceu em Aracaju (SE) e chegou a Brasília em 1.958, onde ele fincou raízes desde a década de 1950, sendo um dos pioneiros a morar em Brasília. Um político considerado “incansável” na luta pela redemocratização do Brasil. Ele atuou com firmeza na defesa dos servidores públicos do Brasil e do Distrito Federal, especialmente quando presidiu a Associação dos Servidores da Novacap, e por melhorias na qualidade de vida dos operários responsáveis pela construção de Brasília. O Constituinte também participou da luta pela criação do 13º salário e foi relator da Lei 8.112 – que institui o Regime Jurídico Único do Servidor Público na Comissão de Justiça, Finanças e Trabalho da Câmara dos Deputados. Ao longo de sua vida, colecionou vários tíitulos, como cidadão honorário, medalha de Serviços de Guerra, como ex-combatente na segunda guerra mundial e com a Ordem do Mérito de Brasília, no Grau de Grande Oficial, entre outros .