Para os trabalhadores nada, para o Judiciário tudo – Mais uma “benesse” de Temer para as elites
Para o salário-mínimo, “reajuste” de R$17; para os 13 milhões de desempregados, desesperança; para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), aumento de 16,38% – e agora cada magistrado passa a receber salários de R$ 39,3 mil. Essa é mais uma “benesse” do Governo de Michel Temer (MDB) para as elites. O escandaloso acordo entre Executivo e Judiciário foi sancionado nesta quinta-feira (30 de agosto) e ao rombo nas contas públicas se juntarão o “efeito cascata”, já que o aumento do teto dos ministros do Supremo terá impacto também, de imediato, nos salários de desembargadores e juízes federais.
“É um absurdo, mas, infelizmente, não surpreende essa medida. Desde que assumiu, o governo ilegítimo de Michel Temer só pensa nisso: em beneficiar uma casta de poderosos, em detrimento da maioria esmagadora da população”, constatou o presidente da FESERP-MG e da CSB Minas Gerais Cosme Nogueira, que vê com estranheza essa “cortesia” ao Poder Judiciário, como se fosse “necessário agradar algumas instituições do país”. Para ele, “mais do que nunca os trabalhadores precisam se unir e enfrentar essa insensibilidade das elites”.
O Ministério Público também terá um aumento de 16,38%, gerando, junto com o STF, um impacto anual de R$ 930 milhões. Isso sem contar o “efeito cascata”, o reajuste de salário para os servidores do Executivo e Legislativo, já que o teto salarial do funcionalismo é determinado pelos rendimentos ganhos pelos ministros do Supremo. Um magistrado de tribunais superiores como o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior Eleitoral e Superior Tribunal do Trabalho, como exemplos, passa a ganhar 95% do que receberá um ministro do Supremo, ou seja, R$ 37,4 mil.