Dia das Mulheres
A FESERP-MG (Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Minas Gerais) parabeniza todas as mulheres, principalmente as que militam nos nossos sindicatos filiados, neste Dia Internacional da Mulher. E reafirmamos nosso compromisso com as causas femininas e com a tese da igualdade entre homens e mulheres. Veja abaixo o artigo do presidente da FESERP-MG, Cosme Nogueira, sobre a data.
A história do Dia Internacional da Mulher – Operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte-americana de Nova Iorque paralisaram suas atividades no dia 8 de março de 1857. Mobilizadas, as trabalhadoras ocuparam a fábrica e iniciaram uma reivindicação por melhores condições de trabalho, na pauta: equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de tarefa), redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação, reprimida “violentamente”, desencadeou o aprisionamento das trabalhadoras no interior da fábrica, que foi incendiada. Num ato totalmente desumano, cerca de 130 tecelãs morreram carbonizadas. Numa conferência na Dinamarca, 53 anos após o fatídico acontecimento na fábrica de tecidos de Nova Iorque, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem às tecelãs que morreram na fábrica em 1857. Somente no ano de 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data através de um decreto.
Mês de março simboliza a luta das mulheres
Quando falamos em uma sociedade justa, falamos também na igualdade de direitos das mulheres, no reconhecimento e na valorização do seu papel dentro dessa sociedade. Se buscarmos na linha do tempo as atrocidades e injustiças que foram cometidas contra as mulheres desde o inicio da humanidade constataremos de fato o quanto a sociedade deve se desculpar e reparar os crimes e danos praticados contra elas.
No passado a mulher era vista como um objeto de serventia aos homens, para atender aos seus interesses, sejam eles de caráter afetivo, familiar ou econômico e em qualquer classe social: o desrespeito era praticado por ricos e pobres – e a elas nada era permito a não ser a submissão e o sofrimento.
Os primeiros movimentos feministas organizados começaram a mudar essa história e a reação repressiva foi cruel. Tanto que a data que simboliza a luta das mulheres, 8 de março, é uma homenagem às operárias de Nova York, as 130 mulheres cruelmente assassinadas dentro de uma fábrica têxtil.
É muito difícil aceitar que nos dias atuais milhares de mulheres da cidade e do campo, de todas as raças, pobres, ricas, operárias, executivas, intelectuais e artistas são violentadas, desrespeitadas e assassinadas, e continuam ainda sofrendo as maiores atrocidades e todo tipo de abuso pelo mundo afora. Tudo isso sob os olhares das organizações mundiais, dos setores mais conservadores da sociedade e até mesmo dos segmentos religiosos que muito se omitem no combate a essa violação de direitos.
Os avanços alcançados pelas mulheres nos últimos anos estão ainda longe da reparação devida e muito ainda tem que ser feito para alcançarmos a justa compensação. A começar pelo caminho da mudança da conscientização, de uma grande parcela da sociedade, de que não é apenas em março que se faz a luta pelo espaço e pela igualdade de gênero, pois as mulheres não precisam de uma data para ser homenageadas. Elas precisam de fato é do reconhecimento das causas delas e de políticas governamentais que ponham fim à violência, aos abusos e à intolerância.
Que o mês de março seja sempre lembrado como um símbolo de luta e de resistência do movimento feminista no intuito de alcançar a igualdade e o respeito. E que o dia 8 de Março não seja apenas o dia mundial das mulheres receberem flores.
Cosme Nogueira
Presidente da FESERP-MG, presidente da seccional mineira da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) e diretor da CSPB (Confederação dos Servidores Públicos do Brasil)