(Belo Horizonte – MG) – Diante das enormes dificuldades e das perspectivas nada animadoras após o fim da obrigatoriedade do imposto sindical, os sindicatos filiados à FESERP-MG presentes na Assembleia Geral Extraordinária da entidade, nesta terça-feira (19 de dezembro), aprovaram um contribuição mensal dos sindicatos filiados à Federação, de 5% do arrecado pelas entidades. A proposta só não foi aprovada por unanimidade porque havia outras duas opções, ambas relativas ao percentual: 4% (um voto) e 10% (que recebeu cinco votos). “Durante mais de oito anos, desde novembro de 2009, nada foi cobrado dos nossos filiados, e em nenhum dos nossos eventos (cursos de formação sindical, congressos, seminários, caravanas a Brasília para defender direitos dos trabalhaores) foi pedido nada aos nossos sindicatos – apenas os sindicatos de Juiz de Fora e Varginha contribuíam espontaneamente. Porém, agora é uma questão de sobrevivência. A FESERP-MG, sem o imposto sindical, muito provavelmente fecharia suas portas. E medidas já foram tomadas para enfrentar as dificuldades (como, por exemplo, e infelizmente, o fim do vínculo empregatício do jornalista e do funcionário da Federação em Juiz de Fora)”, explicou o presidente da FESERP-MG, Cosme Nogueira.

Para os presentes à Assembleia, realizada em Belo Horizonte, realmente não havia outra saída. “É hora dos sindicatos retribuir tudo que a FESERP-MG fez por nós. Não podemos deixar que toda essa história uma entidade séria, de luta, comprometida e transparente não tenha prosseguimento”, disse a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Sebastião do Paraíso (SEMPRE-SSP), Rejane Tenório. “Dói o coração imaginar essa possibilidade (um possível fechamento da FESERP-MG). Se não fosse por ela eu e muitos companheiros não teriam a noção que tem hoje do que é ser sindicalista”, completou a vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teófilo Otoni (SINDISETO), Maria Elizabeth Sena Duarte. “Há todo um comprometimento político. Precisamos da FESERP-MG forte como sempre foi. É também uma questão de sobrevivência para os próprios sindicatos”, encerrou o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos, Luiz Claudio Ferreira Maciel – autor da proposta do índice de 5%.

Ficou decidido também, diante disso, que será criado um “Conselho de Arrecadação”, para disciplinar essa contribuição de 5%, com avaliação da situação a cada seis meses e com poderes para deliberar sobre possíveis sanções: um mês de atraso, suspensão dos serviços prestados; três meses, desligamento – como exemplos. “Tenho certeza que esse Conselho atuará pouco. Somos um grupo e vamos resistir como um grupo. Não é à toa que a FESERP-MG tem 91 sindicatos filiados e a cada dia chegam novos. Esse governo golpista de Michel Temer (PMDB) e esse Congresso comprometido com os patrões querem aniquilar o movimento sindical, mas não conseguirão”, afirmou Cosme Nogueira. “Com o apoio de todos vamos superar as dificuldades, manter os empregos de nossos colaboradores e continuar na luta”, completou.