FESERP-MG lança campanha contra a privatização da CEMIG
Diante da tentativa do Governo Federal de leiloar três hidrelétricas da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) – algo que, na prática, vai reduzir em cerca de 50% o patrimônio da empresa – A FESERP-MG resolveu lançar uma campanha contra a possível privatização da CEMIG, além de apoiar firmemente a Frente Mineira em defesa da Companhia, instalada no final de julho. “Não é a primeira vez que os mineiros se levantam contra esse tipo de ação do Governo Federal. Em 1999, o então governador Itamar Franco defendeu com muita garra o complexo de Furnas”, lembrou o presidente da FESERP-MG, Cosme Nogueira. “E não será diferente agora. Vamos deixar bem claro que eles não têm o direito de colocar as mãos na CEMIG”, completou. A Federação planeja participar ativamente do ato público marcado para o dia 18 de agosto, na usina de São Simão, localizada próximo ao município de Santa Vitória (MG). “Nossos sindicatos da região, a começar do de Santa Vitória, marcarão presença”, informou o presidente da FESERP-MG. A CSB e os sindicatos filiados também estão nessa luta. A Central está representada na Frente Mineira de Defesa da CEMIG pela presidente do Sindicato dos Servidores do IPSEMG (SISIPSEMG), Maria Abadia de Souza. No início da semana, ela participou de uma reunião do Grupo, composto por representantes da CEMIG, parlamentares, sindicalistas, empresários, Ministério Público Estadual, Federação das Indústrias, economistas e integrantes de diversos movimentos sociais, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). “O Governo Temer quer ‘fazer caixa’, cobrir o déficit vendendo metade da capacidade de geração de energia da maior empresa de Minas, mas não vamos permitir esse ataque ao patrimônio dos mineiros”, disse Maria Abadia. O leilão, das três usinas (São Simão, Jaguara e Miranda) está marcado para o dia 30 de setembro. Em 1997, a CEMIG firmou contrato de concessão de geração de energia com o Governo Federal das três hidrelétricas e teria a garantia de renovação automática da concessão por mais 20 anos, se fizesse os ajustes para operações adequadas – o que foi cumprido, com investimentos necessários e atendimento dos requisitos contratuais para fazer jus à renovação das concessões. No entanto, o governo de Michel Temer quer desconsiderar esses fatos. Maria Abadia aponta várias conseguências desse leilão: pode abrir precedente para que a privatização ocorra também em outros estados, o aumento do valor da tarifa energética com a redução da capacidade de geração e a perda de empregos diretos e indiretos, garantidos hoje pela CEMIG. Para evitar isso, integrantes da Frente Mineira vão a Brasília na próxima terça-feira (8 de agosto), para uma reunião na Câmara Federal pela reativação da Frente Parlamentar Federal em Defesa do Setor Elétrico. A intenção é pressionar os deputados e tentar um encontro com o presidente da Câmara para tratar a continuidade da concessão das usinas à CEMIG. Circula também um abaixo-assinado eletrônico, pedindo o cancelamento do leilão e a renovação do contrato de concessão, no seguinte link:
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