Dirigentes da CSB visitam parlamentares em busca de apoio contra a Reforma da Previdência
(Brasília – DF) – Dirigentes da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) – entre eles o presidente da FESERP-MG, Cosme Nogueira (que é também diretor de Formação Sindical da CSB) e o diretor de Base do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora/SINSERPU-JF), Vanilson Gomes de Oliveira (primeiro-secretário de Segurança de Trabalho da Central) – intensificaram nos últimos dias visitas aos parlamentares em busca de apoio contra a Reforma da Previdência. “Temos em lutar em todas as frentes, nas ruas (mostrando nossa insatisfação), em seminários e debates (esclarecendo nossos filiados) e em contato com deputados e senadores (que são os votantes da PEC 287)”, disse Cosme Nogueira.
No encontro com o Senador Renan Calheiros/PMDB-AL (foto), líder do partido no Senado, o político alagoano foi bem claro: “Esta não é a reforma que o Brasil precisa”, disse. Ele se comprometeu a se posicionar contrário e fez questão de frisar que não se “pode confundir o governo que o presidente da República é do PMDB, com os anseios e a própria história do PMDB”. E acrescentou: “Esta PEC está na contramão da historia do partido e isso fica bem visível quando se vê nitidamente que os militantes dos movimentos sociais estão unidos contra a proposta, e a história do maior partido do Brasil não foi escrita em atos contra o povo brasileiro”. Para ele, segundo relatos dos presentes à reunião, ” A Previdência precisa de uma reforma, mas que seja construída no consenso da sociedade brasileira e não pautada em interesses do mercado”.
Durante o Encontro da Diretoria da CSB, no início da semana em Brasília, os sindicalistas receberam as visitas do relator da PEC 287, deputado Arthur Oliveira Maia/PPS-BA (foto 2), e do presidente da Comissão Especial que analisa o assunto, deputado Carlos Marun/PMDB-MS (foto 3). Ambos defenderam a reforma da Previdência mas foram contestado em vários temas.
Para a CSB, tendo em vista o caráter social indispensável da Previdência, é preocupante o cenário de mudanças apresentado pela PEC. Após ouvir o pronunciamento de Arthur Maia, o presidente da Central, Antonio Neto, fez algumas ponderações.
Sobre o rombo da Previdência, questionou “como é possível apresentar um déficit de R$ 150 bilhões em 2016 e fazer uma Desvinculação de Receitas da União (DRU) que tira R$ 116 bilhões da própria Seguridade Social”. O dirigente lembrou ainda dos quase US$ 400 bilhões que o Brasil tem de reserva internacional.
Ao falar da regra de transição, Neto frisou que os exemplos dados pelo deputado não funcionam para a classe operária, já que os 35 anos de contribuição terão um intervalo de perda de emprego de sete anos em média. “Para eu atingir 35 anos, precisei viver 42”. Partindo desse princípio, segundo o dirigente, “a regra ficou ainda mais perversa”.
Para Neto, o acúmulo de pensão bate em quem está abaixo do piso da Previdência e deveria valer para os que estão acima disso. “Vejo listas de salários de diversos setores da sociedade que passam o teto constitucional. Não é só questão do acúmulo, mas também a questão da própria pensão. Um trabalhador humilde casado falece e sua pensão diminui 50% mais 10% para o filho. A renda dela caiu abruptamente”.
Ainda seguindo os tópicos, o presidente disse que o “trabalhador rural tem que ser visto com muita diferença. Mesmo assalariado, se for o caso, o trabalho no campo não é igual ao trabalho urbano. Não podemos comparar desiguais, isso é outra uma perversidade”.
Debatendo as aposentadorias especiais, Neto sugeriu a inclusão de agentes penitenciários e socioeducativos, pelo caráter ariscado do trabalho.
Para encerrar, o dirigente abordou a aposentadoria das mulheres. “Mesmo solteira, a mulher tem jornada dupla. Mulheres ganham menos que os homens. Temos muita dificuldade em aceitar igualdade entre homens e mulheres. Hoje saiu uma pesquisa publicada no jornal O Globo que diz que mulheres trabalham 7,5 horas por semana a mais que os homens”.
O presidente Antonio Neto disse a Carlos Marun que as centrais apresentarão uma proposta à PEC 287 e defendeu a realização de audiência pública entre a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), que contesta o déficit da Previdência apresentado pela equipe econômica do governo, e representantes do Executivo.
Em relação ao segundo palestrante, o presidente Antonio Neto disse a Carlos Marun que as centrais apresentarão uma proposta à PEC 287 e defendeu a realização de audiência pública entre a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), que contesta o déficit da Previdência apresentado pela equipe econômica do governo, e representantes do Executivo. “Vamos dar a nossa contribuição e queremos dos parlamentares a sensibilidade. Onde houver possibilidade de mudança, que haja compreensão pela mudança”, afirmou Neto. Para o presidente da CSB, a dívida pública precisa ser levada em consideração. “Vamos ter de fazer um trabalho sobre a dívida pública, porque ela também sorve os recursos da Previdência; 47,5 % do orçamento do Estado é gasto apenas com a dívida”, contrapôs o dirigente.
Com informações do site da CSB