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Notícias

FESERP-MG presta solidariedade aos servidores do Rio de Janeiro

A FESERP-MG presta sua solidariedade e se coloca à disposição dos companheiros para participar da luta, em função das absurdas medidas tomadas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro contra os servidores. A Federação Mineira entende que não se pode, em hipótese alguma, retirar direitos de trabalhadores (como, por exemplo, a indecente proposta de uma alíquota previdenciária de 30% – ou seja, quase um terço a menos no salário) e nem colocar nas costas dos servidores a conta por tantos anos de descalabro administrativo. Para Cosme Nogueira, presidente da FESERP-MG, os fatos se constituem numa espécie de “barbárie carioca” (veja artigo abaixo) e é preciso uma moralização geral para que a população em geral pare de sofrer.

A Barbárie Carioca

Tem um ditado egípcio que diz o seguinte: “De tanto a Alcântara ir a fonte, uma hora ela seca”. Esse ditado popular do Egito é muito apropriado para o atual momento que lamentavelmente passa o estado do Rio de Janeiro.

Lembramos de um passado recente, onde os políticos cariocas viviam num oásis ou podemos até arriscar em falar que os gestores públicos daquele Estado nadavam no dinheiro, pois além dos royalties do petróleo e da arrecadação normal dos impostos ainda contavam com as graças do Governo Federal, que despejava recursos para serem destinados a investimentos em infra-estrutura, principalmente em função dos eventos esportivos do circuito mundial (Jogos Pan-Americanos, Copa do Mundo e as Olimpíadas).

Mas, se entrou tanto dinheiro em caixa porque agora o Estado está quebrado? Não precisa ser adivinho ou um mago para responder. Acho que talvez até as crianças pobres dos morros e favelas e comunidades carentes esquecidas têm na ponta da língua a resposta. Sabe qual é? Roubo, desvio, mutreta e desonestidade, ou, sendo bem claro, CANALHICE.

As coisas agora começam a tomar um rumo diferente, com o caixa vazio, o senhor governador quer colocar nas costas dos servidores públicos e da população em geral o peso da irresponsabilidade. As reações dos servidores públicos e de movimentos organizados da sociedade cobram da Justiça uma posição clara e eficiente na punição desses bandidos que enriqueceram às custas do dinheiro público. No Estado do Rio de Janeiro Saúde, Educação e Segurança – que são elementos básicos dentro de uma sociedade – não funcionam. Hospitais super lotados, com pacientes em macas improvisadas em corredores, com falta de medicamentos, aparelhos vitais para exames de média e alta complexidade estragados, ambulâncias encostadas no pátio sem nenhuma manutenção, e servidores públicos humilhados, estressados, apavorados, com salários defasados e se tornando também doentes, diante de uma catástrofe previamente anunciada. Professores se deparam com escolas abandonadas num Estado onde o governo não prioriza a Educação e fecha os olhos para as demandas do ensino – fazendo o caminho inverso, pois investir na Educação é a maior arma de defesa contra o aumento crescente da violência e da criminalidade, principalmente por ser o Rio de Janeiro um estado violento, onde o cidadão de bem vive preso em seus lares e do lado de fora o crime organizado domina as ações instalando um poder paralelo.

É triste pensar que tudo poderia estar diferente e essa barbárie não estar acontecendo. Bastaria apenas a honestidade nos atos desses políticos corruptos que não tem diferença nenhuma com os criminosos, pois o dinheiro que foi desviado dos cofres públicos daria com certeza para evitar esse caos. Classifico esses políticos como piores do que os bandidos e milicianos. São verdadeiros traidores da nação, que devem e merecem serem presos.

As reações populares promovidas por sindicatos e associações dos servidores e movimentos organizados nos passam um exemplo de resistência, do bem contra o mal. Tenho a plena convicção que o povo do Rio de Janeiro vai dar a volta por cima e execrar da sociedade carioca os péssimos exemplos, pois um Estado como o Rio de Janeiro, que tem a cidade mais linda e mais maravilhosa do mundo, cantada em verso e prosa, merece dias melhores.

Queremos voltar a cantar que “o Rio de Janeiro continua lindo”.

 

Cosme Nogueira

Presidente da FESERP-MG