(Juiz de Fora, São João del Rei e Viçosa) – Professores das universidades federais de Juiz de Fora (UFJF), São João del Rei (UFSJ) e Viçosa (UFV) paralisaram as atividades nesta segunda-feira (24), pelo do Dia Nacional de Lutas dos Servidores Públicos. Eles são contrários à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que estabelece um limite para o aumento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos.

Alunos da UFSJ ocupam a Reitoria desde a manhã desta segunda, também em movimento contrário à PEC 241, assim como os estudantes da UFV, que mantêm ocupação do principal prédio administrativo do campus (foto) desde a última terça-feira (18).
Em Juiz de Fora, a Associação de Docentes de Ensino Superior (Apes) ressaltou que a PEC 241 “representa o sucateamento da Educação Pública” e reafirmou a necessidade de construção de uma greve geral. “Diante dos ataques à educação pública e da dinâmica de mobilização nacional, a categoria iniciou a discussão sobre a greve do setor da Educação”, conforme nota.
Na sexta-feira (21 de outubro), o Conselho Superior (Consu) da UFJF já havia repudiado as mudanças pretendidas pela proposta, por considerá-la “uma restrição aos direitos sociais”. Os representantes manifestaram que a aprovação afeta a saúde e a educação públicas e gera um grave retrocesso nas universidades federais. A PEC 241 é uma antessala da barbárie, do descompromisso com o futuro do próprio país”, de acordo com o texto.
Já em São João del Rei, a Seção Sindical dos Docentes (ADUFSJ-SSind) realizou uma assembleia nesta segunda e aprovou o indicativo de greve para novembro.
No Campo das Vertentes, a Reitoria foi ocupada por estudantes no final da manhã desta segunda. O reitor, Sérgio Cerqueira, esclareceu que não recebeu “qualquer pauta ou solicitação de reunião para tratar do assunto” e reforçou que a instituição “respeita os movimentos grevistas e as manifestações a favor da educação pública, porém, espera que o diálogo seja sempre a via de negociação e fortalecimento da universidade”, de acordo com nota oficial.
Representantes do Conselho Superior da Universidade da UFSJ se reuniram nesta segunda e divulgaram uma moção de repúdio à PEC 241. O Consu alegou que a proposta desconsidera “as reais necessidades demandadas pela população brasileira, em especial em relação aos serviços básicos de educação e saúde” e que privilegia “o serviço da dívida, que constitui parcela majoritária do orçamento”.
A Seção Sindical dos Docentes da UFV (Aspuv) também aprovou, nesta segunda, o indicativo de greve, sem data de início prevista, se posicionando contra a PEC 241, reformas da Previdência e do Ensino Médio e projeto “Escola sem Partido”.
Estudantes ocupam, desde a última terça-feira, o Prédio Artur Bernardes. O grupo também é contrário à PEC 241 e reivindica cortes de vagas nas instituições federais e transparência na gestão do Restaurante Universitário (RU).
Após reunião na sexta, o Consu da UFV se manifestou contrário à PEC 241, ressaltando a preocupação com os efeitos decorrentes da aprovação do projeto para a educação brasileira. “Apesar de compreender a necessidade de enviar esforços pelo equilíbrio das contas públicas, o Consu acredita ser primordial que sejam sustentadas as condições garantidoras de uma educação superior pública, gratuita e de qualidade”, de acordo com nota.
Já sobre a ocupação, o conselho apoiou a “liberdade de expressão e manifestação que se embasem no estrito cumprimento do ordenamento jurídico no âmbito do estado democrático de direito” e, por isso, repudiou qualquer perseguição que afronte as normas jurídicas, inclusive nas manifestações da comunidade acadêmica.

Fonte: G1