Deu na Mídia – Greve dos servidores de São Sebastião do Paraíso começa nesta terça-feira
Fonte: Jornal do Sudoeste, São Sebastião do Paraíso, edoção de sábado, 2 de abril
A Greve dos servidores públicos municipais de São Sebastião do Paraíso foi decidida por unanimidade em assembleia extraordinária do Sindicato da categoria (foto), ocorrida na quinta-feira, (31 de março), na Câmara.
A pauta de reivindicações, com 45 itens, incluindo o reajuste de 11,68% e ganho real de 8,32%, com data base vencida na quinta, foi ignorada pelo prefeito Rêmolo Aloise, de acordo com a diretoria do Sempre.
“Estamos hoje nesta assembleia tendo em vista o descaso do chefe do Executivo em não responder a nossa pauta de reivindicações; em não pagar as horas extras dos servidores, com atraso há quase um ano; a falta do encaminhamento ao Legislativo de um projeto sobre o reajuste salarial que teve hoje o último prazo pela Lei Orgânica e pela Constituição Federal”, relacionou a presidente do Sindicato, Maria Rejane Tenório Araújo Santos.
Rejane disse que faz uma avaliação muito positiva da mobilização dos servidores. “Todos os setores da Prefeitura estiveram representados em nossa assembleia. A categoria tomou uma decisão muito consciente, apesar de lamentarmos ter que chegar a este ponto, mas o único responsável por isso é o prefeito Reminho, pois os servidores aguentaram esses três anos de abusos desse governo. É uma decisão séria que vai afetar a sociedade, mas é a única forma que o servidor encontrou para pedir socorro para esta própria sociedade, que é quem paga seus salários”, argumenta a presidente.
Rejane informou que na sexta-feira, (primeiro de abril), o Sindicato trabalharia para legalização da paralisação, com encaminhamento de ofícios à Prefeitura, à Polícia, Ministério Público, juízes e outras instituições. Também vão elaborar uma cartilha de orientação aos servidores, contendo o que foi decidido por cada setor na assembleia.
“Nós já temos uma comissão de greve. Segunda-feira, (4 de abril) vamos nos reunir para definir a estratégia e os principais pontos. A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e a Federação dos Sindicatos dos Servidores Púlicos de Minas Gerais (FESERP-MG) vão nos auxiliar. A partir de terça-feira, (5 de abril), já começam as paralisações nos setores”, explicou Rejane.
São 1.100 servidores efetivos e mais de mil contratados. Uma servidora concursada que não quis se identificar disse que vai aderir à greve. “No geral, estou aderindo à greve primeiramente em solidariedade à minha classe. Também por estar em desacordo com a má administração deste gestor. Mais um motivo é o descaso com que ele tem lidado com os servidores público. Nós que o ajudamos a tocar os serviços públicos e apesar de todo descaso dele, sempre procuramos fazer da melhor forma. É um absurdo ele não se manifestar em relação à nossa pauta de reivindicações, protocolada há mais de dois meses. Nos indigna o atraso ao pagamento dos salários e horas extras dos motoristas do setor de Saúde. Situação que me parece pura provocação, visto que em alguns casos ele tem feito o pagamento na data certa, como por exemplo, os realizados no dia 31 passado”.
A servidora disse que vai fazer greve, porém tem medo. “Tenho um pouco de medo, tendo em vista que ele tem se mostrado capaz de qualquer atitude para nos prejudicar. Porém, não podemos baixar a cabeça e permitir que ele continue agindo assim. Temos que nos unir e mostrar a ele que juntos somos mais fortes, aliás somos todos nós juntos que ajudamos a administrar nossa cidade”, ponderou a servidora.
Rejane disse que o pagamento que a Prefeitura programou para a sexta-feira passada, pode ter sido uma estratégia do prefeito Reminho para “esvaziar a mobilização. Todo dia 30 ligamos ao departamento de Recursos Humanos, perguntando de pagamento e somos informados que não há previsão e de repente, neste mês, o pagamento é liberado”.
Ela informou que a situação dos aposentados, pensionistas e afastados foi amenizada, porém o mês de fevereiro ainda está em atraso, bem como há rescisões também atrasadas.