(Mariana – MG ) – Nesta quinta-feira (17), será realizado um Seminário Nacional convocado pela CSP-Conlutas e o Sindicato Metabase Inconfidentes em articulação com dezenas de entidades e movimentos sociais para impulsionar uma campanha internacional com o apoio da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Luta. A partir deste Seminário serão traçadas estratégias para fortalecer o amplo apoio da sociedade que exige punição exemplar para as empresas Vale, Samarco e BHP Biliton pelo maior crime ambiental da história do país.

Os organizadores também afirmam que é necessário responsabilizar os governos, uma vez que houve negligência em relação aos mecanismos de regulamentação e fiscalização das atividades da Mineradora.

Segundo Rafael Ávila, diretor do Sindicato Metabase Inconfidentes: “A postura dos governos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo tem sido de conivência com as manobras e mentiras da Samarco, Vale e BHP. O governo de Minas, em declarações de três de suas principais lideranças na área de meio ambiente, incluindo o governador, chegou a afirmar que a Samarco era a vítima e que o Rio Doce não estava contaminado. Demonstram profundo desprezo pelas verdadeiras vítimas que são os trabalhadores e as populações atingidas. Em solidariedade as verdadeiras vítimas que organizamos este seminário e a campanha internacional”.

A situação dos trabalhadores da Samarco, efetivos e terceirizados, também será tema do evento. A estabilidade no emprego foi garantida somente até o início de 2016. No entanto, a legislação garante essa estabilidade enquanto durar a parada de produção por conta do rompimento da barragem. Os trabalhadores correm o risco de não terem esse direito respeitado e a Samarco demitir durante as festas de final de ano.

Os impactos ambientais e sociais provocados pela tragédia ainda não podem ser calculados. Oficialmente, são 16 mortes e três desaparecidos, porém, estima-se que este número deve ser maior. Análises do Serviço Autônomo de Água e Esgoto comprovaram a presença de diversos metais pesados na água do Rio Doce, como arsênio, mercúrio e chumbo. Com o tempo, os metais pesados podem gerar problemas sérios à saúde humana, como câncer, úlceras e danos neurológicos. Especialistas também afirmam que o Rio Doce está “morto”. Pelo menos meio milhão de pessoas, em 23 cidades de Minas Gerais, Espírito Santo e do Sul da Bahia, estão com as torneiras secas e correndo risco de morte.

Diante deste cenário, acabam de aprovar em regime de urgência, na Assembleia Legislativa do estado, uma nova legislação que facilita a concessão das licenças ambientais para as mineradoras. Dia 8 de dezembro, mais de 130 entidades assinaram uma Nota Pública intitulada “O Novo Código de Mineração não nos representa!” denunciando arbitrariedades no texto e na condução deste código.

Sobre o Evento:

Seminário Nacional em Defesa dos Trabalhadores e da População Atingida

Data/Horário: 17 de dezembro (quinta-feira) – a partir das 13horas

Local: Instituto de Ciências Humanas e Sociais – UFOP – MARIANA/MG

Como participar? Inscrições gratuitas e obrigatórias através do email  suporte.mg@cspconlutas.org.br.

Programação:

13h

·  Abertura

·  Apresentação de vídeo

 13h30

·  Debate: A MINERAÇÃO, O MODELO ECONÔMICO BRASILEIRO E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA O MEIO AMBIENTE E A POPULAÇÃO

José Domingues de Godoi Filho – Professor da Universidade Federal do Mato Grosso. Geólogo. Pós-graduado em Geologia Estrutural e em Planejamento Urbano e Regional.

Sammer Dahir Siman Magalhães – Economista. Mestrando em Política Social na Universidade Federal do Espírito Santo. Membro das Brigadas Populares.

 16h

·  Debate: ACIDENTE OU CRIME SOCIOAMBIENTAL E TRABALHISTA?

Valério Vieira do Sindicato Metabase Inconfidentes

Gilberto Gomes (Giba) da CSP-Conlutas

·  Apresentação do Manifesto/Carta de Mariana

·  Lançamento da campanha de denúncia da Samarco/Vale/BHP

·  Encaminhamentos Gerais

 19h

·  Encerramento

Fonte: Divulgação