Deu na Mídia XLV – Secretário-geral da CSB faz palestra em Seminário da FESERP-MG
(Fonte: site do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Confecção e de Vestuário de Guarulhos e Região – Sindvestuário)
A Feserp-MG (Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos), entidade filiada a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), realizou, nos dias 17 e 18 de julho, um Seminário Regional, em Nanuque (MG). O presidente da federação, Cosme Nogueira, abriu o evento afirmando que se forma no Vale do Mucuri uma corrente inquebrantável, constituída de elementos sólidos, como a confiança e o trabalho com a união de sindicalistas, que durante dois dias vão discutir, debater e trocar experiências sobre pontos de interesse do funcionalismo público municipal. A proposta é investir na formação sindical dos filiados. A palestra de abertura foi ministrada pelo secretário-geral da CSB, Álvaro Egea. Explorando o tema “Conjuntura Política”, ele destacou que os sindicalistas têm uma tarefa a cumprir em qualquer tempo do país, mas que esse trabalho deve ser intensificado em época eleitoral. “Como todo trabalhador, o funcionário público municipal precisa fazer política, com ‘P’ maiúsculo, para fazer avançar os projetos justos e legítimos que ficam emperrados por anos pelas autoridades, no caso, os prefeitos”, disse.
Alvaro Egea, que participa da CNV (Comissão Nacional da Verdade) falou sobre a iniciativa de levantar as provas sobre as torturas praticadas pelos militares nos anos de chumbo. Ele explicou que Nelson Jobim, Ministro da Defesa, em documento dirigido à então Ministra da Casa Civil Dilma Roussef (hoje presidente da República), declarara que todos os documentos relativos a participação de militares na repressão política de l964 a 1985 haviam sido destruídos, seguindo leis da época. Mas não havia, entretanto, registro de quais documentos haviam sido destruídos.“Os trabalhadores devem preservar a memória, a história de suas lutas. E as centrais sindicais estão fazendo isso. Criaram o GT (Grupo de Trabalho) Trabalhadores da Comissão Nacional da Verdade, que está resgatando as memórias e documentos sobre a repressão ao movimento sindical pela ditadura. Está reunindo provas da colaboração de empresas e empresários com a tortura de presos políticos, inclusive trabalhadores”, revelou o secretário-geral. Egea falou também que as Forças Armadas foram questionadas pela CNV sobre os locais onde eram praticadas as torturas de trabalhadores e presos políticos, mas, em resposta, negaram ter havido desvio de finalidade nas 17 instalações militares utilizadas como centro de tortura. “A Democracia brasileira viverá sobre chantagem dos golpistas enquanto os torturadores não forem para o banco dos réus”, avaliou.
A palestra foi finalizada com ponderação de Egea sobre o mito difundido pelas elites de que o brasileiro não tem memória. “Rui Barbosa, ao ser nomeado Ministro da Fazenda da 1ª República, em l989, mandou queimar todos os documentos do Império relativos à escravidão”, lembrou. A iniciativa foi uma tentativa de apagar da história do Brasil as atrocidades cometidas contra os cativos, mas as marcas, cicatrizes e feridas abertas nos troncos, pelas pontas das chibatas, estão vivas e ainda pulsam no inconsciente coletivo e se manifestam nas várias formas de preconceito e nas lutas contra o racismo e por igualdade de gênero.