Homenagem da FESERP-MG aos professores: Aos mestres, com carinho
(Homenagem e lembrança da FESERP-MG às professoras e professores do Brasil)
Na década de 60, fez muito sucesso um filme chamado “Ao Mestre, com Carinho” – foi o primeiro que se tem notícia que enfocava o drama de professores na arte ou vocação de ensinar. Depois vieram muitos, do brasileiro “Anjos do Arrabalde”, onde professoras angustiadas ao extremo tentavam salvar a alma – delas e dos alunos – em uma cidade do ABC paulista, ao francês “Entre os Muros da Escola” – mesmo drama, embora passado na Europa, com ingredientes políticos bastante interessantes. Ou seja, pouca coisa mudou, independente da época e do país, na vida dos professores – e dos filmes citados apenas no brasileiro é citada a reivindicação mais frequente: valorização profissional e monetária.
Hoje, 15 de outubro, é o Dia do Professor e como todo ano, desde sempre, a frase mais ouvida e verdadeira é: “não há o que comemorar”. E realmente não há, tanto que dois fatos sintomáticos chamaram a atenção. O primeiro foi uma pesquisa divulgada dando conta que a maioria das pessoas que está fazendo algum tipo de licenciatura não quer dar aulas (o que é uma contradição assustadora, mas uma consequência lógica de todo esse descaso, de anos e anos de desrespeito e submissão a quem se dedica a árdua missão de ensinar). O outro dado é mais cultural embora pareça galhofa, mas também bastante significativo de um estado de espírito: a folga que os professores ganham em vários estados brasileiros, Minas Gerais incluído, no período próximo ao dia deles é chamado quase que oficialmente de “semana do saco cheio” – ou seja, uma confissão de que ninguém aquenta mais, que dar aulas, ser professor é um suplício sem tamanho.
Tudo isso se revela mais grave ainda quando se constata que não há, num horizonte próximo, nada que pareça mudar essa realidade – a despeito de uma constatação unânime: “a Educação é tudo, os países só evoluem com essa atividade que, no entanto, só será completa com a valorização dos profissionais da área”. A FESERP-MG (Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos de Minas Gerais) acredita nisso e repete “Educação é tudo e vamos valorizar os professores”, e apoia o Piso Nacional do Magistério – uma lei que, como o nome diz, garante uma remuneração mínima, mas que não está sendo cumprida em 90% dos municípios brasileiros. Além disso, e não em segundo lugar, é preciso urgentemente dar condições de trabalho a esses profissionais. Os mestres não podem ser ameaçados em sala de aula, nos arredores da escola e em lugar nenhum; precisam de estrutura no seu cotidiano e de valorização, inclusive financeira. Precisam, antes de mais nada, ter motivos para nesta semana de outubro, a cada ano, comemorarem a “semana do orgulho do dever cumprido”.